sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Ao meu Avô: a despedida.



Eu sou forte e impaciente. Também não sei lidar com meus sentimentos, igual a você vovô. A diferença é que por não saber, eu coloco todos eles para fora e o senhor guardou. Mas esses dois últimos dias, eu fui você vovô. Eu guardei tudo para mim.
Por um momento pensei que tinha perdido a capacidade de sentir.
Mas fica tranquilo, hoje quando todo mundo voltou para casa e eu fiquei finalmente sozinha, abrir o chuveiro e chorei.
 As águas finalmente se misturaram.

Mas eu não estou triste nem nada, vovô. Estou conformada. 
Sua alma precisa de paz.

Acho também que é porque eu não acredito que a vida acabe, aprendi que a gente só volta para a nossa forma inicial. 
Lembra do cara daquela prece que eu te ensinei? 
O "mano" anjo da guarda.
Chama por ele se bater o medo. 
Mas não precisa ter medo, tá? Eu vou pedir por você daqui também!

Eu fui o que podia ter sido para você nessa experiência e você também foi o que pode.


Obrigado por ter escolhido dividir comigo essa existência. Eu te amo. Voa VOVÔRO.

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